“O CONDOR DA SERRA DOS TAPES”
Por Sálvio Siqueira
José Antônio Mattos Netto (1854-1948)
General Revolucionário de 1923
O Drº Borges de Medeiros, na época Presidente do Estado do
Rio Grande do Sul, enfrentou uma revolução contra seu governo que perduraram
trezentos dias.
Tinha como seu maior inimigo o General, Revolucionário, José
Antônio Matos Netto, o qual fica, na História, conhecido com pela alcunha de “Zeca
Neto”.Zeca Netto, era filho de Rafaela Mattos e de Florisbelo de Souza
Netto, sobrinho paterno do General Antônio Netto e sobrinho materno do
Tenente Coronel honorário do Exército Theóphilo de Souza Mattos, que
comandara um Corpo da Guarda Nacional de Canguçu na Guerra do Paraguai.
Da esquerda para direita: Mena Barreto, Estácio Azanbuja, Zeca Netto, Horácio Lemos, Assis Brasil, Setembrino de Carvalho, Angelo Pinheiro Machado, Leonel Rocha, Felipe Portinho e Chiquenote Pereira.
Pátio do Palacete de Pedro Osório - Bagé - RS
Ao longo de sua histórica existência, notamos que essa
revolução usa de táticas de guerrilhas, particularmente sendo a moda Gaucha... Utilizando
o mais fraco contra o mais forte, cabendo aos mesmos causar embaraços nas
forças Legalistas. Para sermos mais lógicos, citamos que as mesmas tinham a
missão de inquietar, fustigar, confundir seus inimigos, além de usarem o fator
psicológico, praticando atrocidades enormes, sabendo que as notícias levadas
aos quatro cantos do Estado causariam horripilantes temores aos mesmos.
Não possuindo armas e munições suficientes para combates
diretos e duradouros, ‘Zeca Neto’ recorre à guerra de movimentos. Dando ‘dribles’
em seus inimigos e tendo uma malha de informantes o que lhe dava o movimento
correto dos inimigos. Essas táticas, muito bem colocadas em ação pelo general,
chamaram atenção das forças Legalistas, mais intensamente, nos combates das serras
do Tapes e na do Herval. A coisa era tão bem organizada e colocada em prática,
que os comandantes passaram a lhe dar nomes ou codinomes, como, por exemplo,
uns o chamavam de “Zeca Veado”. Seu Estado mor, também o codinominava, o chamando
de “Condor da Serra dos Tapes”.
Parte dos jornalistas, então considerados de “Revolucionários”,
usaram seu ‘veículo de comunicação’, da época, para que as notícias chegassem
ao restante da população de uma certa forma, diferenciada, o que passou a incomodar
o povo, o governo estadual e o Central. Chega-se a cogitar que esse seria mais
uma estratégia do general, usar o “Marketing Psicológico, através da imprensa.
Na revolução de 1893, sabe-se que Zeca Netto, Juvêncio
Lemos, Orlando Cruz e Francisco Vernetti participaram, e usaram a conhecida
Guerra de Bárbaros, a Guerra Maldita, a Guerra da Degola. Sabedor dessas
táticas, o general "Zeca Neto” usa, em contrapartida, homens e montarias,
criando a Guerra dos Cavaleiros, o que surtiu bom efeito nos embates em que se
empenharam.
A tropa dos Cavaleiros
Depois de duas tentativas sem êxito, o General
Revolucionário, consegue seu intento na terceira tentativa. Conquistar Pelotas, a segunda maior cidade do
Estado, e centro de operações, fora um objetivo visado em três ocasiões pelos
revolucionários para chamar a atenção do Brasil para a causa pela qual lutavam e, tentar assim, uma
intervenção Federal no Estado do Rio Grande do Sul.
"A oportunidade esperada de tomada revolucionária de Pelotas surgiu no
momento em que a 3a Brigada Provisória do Sul, ao comando do Cel
Juvêncio Lemos se encontrava em Piratini e o Ministro da Guerra, General
Setembrino de Carvalho, o Pacificador do século XX,(Revolta do Padre
Cícero, Revolta do Contestado e Revolução de 23) e filho de Uruguaiana,
enviado pelo Presidente da República, encontrava-se no interior do
Estado em gestões positivas visando a Paz de Pedras Altas que terminou
de conseguir de forma notável, segundo o Dr Sérgio da Costa Franco, em
seu livro A Paz de Pedras Altas"...
Fotos: http://familiaresnaves.blogspot.com.br
O Rio Grande do Sul é um Estado brasileiro riquíssimo em história! Obrigada por compartilhar!!!!!
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