sexta-feira, 9 de outubro de 2015

LAMPIÃO, O PADRE E O 'DOUTOR'




Por Sálvio Siqueira


                          Lampião - foto 'pescada', recortada, do filme de Benjamin Abrahão





                             Lampião,  estando nada satisfeito com a perda de dois de seus melhores homens, na malfadada tentativa do ataque a cidade de Mossoró – RN, Colchete e Jararaca, resolve deixar as terras norte rio-grandense por um caminho totalmente diferente daquele que o levou aquele Estado.


                       Várias eram as razões para tal decisão como as atrocidades por onde a horda passou, deixando um rastro de sangue, dor, lágrimas, sofrimentos e mortes...
Depois do ataque feito a Sousa, cidade paraibana, pela turba de Lampião, mesmo ele não estando presente, o coronel José Pereira da cidade de Princesa, PB, ordenou aos seus jagunços, a captura ou morte do chefe Mor.


                              Sabedor do poderio dos homens em armas do coronel, Lampião, com sua sempre ativa precaução, resolve acessar a terra de Iracema, “A Virgem dos Lábios de Mel, em primeiro plano de fuga, para depois voltar ao seu torrão natal.


                             Chega com seu bando a uma fazenda na localidade Lagoa da Rocha, sendo propriedade de um conhecido seu, o Sr. Anízio Batista. Após breve relato dos últimos acontecimentos, o chefe manda que o amigo torne-se um intermediário entre ele e as autoridades da cidade de Limoeiro do Norte, CE. A autoridade maior, o Prefeito, na ocasião ocupava o cargo o coronel Felipe Santiago de Lima (lampiãoaceso.blogspot.com), estando ausente, quem entra em contato com o “Rei Vesgo’, é o senhor Custódio Menezes, o qual exerce as funções de juiz de paz da comarca, e o padre Vital Gurgel.


                         Lampião entra na cidade com todo o bando, depois de receber garantias das autoridades locais, na ocasião, de que não encontraria resistência da força policial presente, que aliás, tinha um diminuto contingente, sendo impossível conter, em combate, todos os bandoleiros.
A horda está faminta. É providenciado um banquete para todos, mas, antes de alimentarem-se, Lampião, muito desconfiado e precavido, manda que alguns dos cidadãos locais comam da comida antes deles.


                               Na fazenda Maçarico, propriedade do padre Ancelino Viana Arrais, é chegada a notícia de que Lampião encontra-se na cidade. O padre parte para onde se encontra o chefe dos cangaceiros a fim de fazer-lhe uma proposta, no mínimo, muito curiosa.
O padre é fã do Rei, e, ao estar diante dele, refere que quer entrar para o bando e fazer parte do seu grupo. Pedindo para entrar, o sacerdote diz:

" - Lampião, eu tenho coragem de acompanhar-lhes na vida do cangaço." (blog citado)

                                                 lampiaoaceso.blgspot.com


                                     Lampião olha para o padre, cubando-o de cima a baixo... Analisando sua proposta, responde:

" Seu vigário, homem barrigudo, não pode participar dessa vida, porque além de dura, nós se arrasta como cobra pru mode atirar nos macacos. Hômi da barriga grande não dá para isto. "(blog citado)


                                    Como igual a maioria dos sacerdotes, o padre Ancelino era gordinho. Dono de vários quilogramas além de um peso que deixasse seu corpo ágio, para os movimentos necessários na dura vida de um cangaceiro.


                                    Após recusar o pedido do vigário, Lampião sai a procura do médico local, para que o mesmo cuide dos ferimentos dos cabras que foram atingidos no fraquejado combate anterior.


                                    O médico procurar cuidar dos feridos e notando, muito atento, o olhar do chefe deles. Ao término do trabalho do médico, Lampião quer pagar pelo serviço prestado, mas, o ‘doutor’ recusa-se a receber. Então o ‘Rei Vesgo’ presenteia o médico com um punhal de cabo muito especial, pois nele contém  anéis de ouro e o mesmo é feito de chifre de algum animal.


Fonte da pesquisa:  http://lampiaoaceso.blogspot.com.br

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